sexta-feira, 9 de dezembro de 2011


Enquanto alguns estão no caminho para o retorno ao lar outros estão indo ao encontro do “pão” que os alimenta. Nas idas e vindas nas estradas da cidade às histórias são contadas e recontadas por nós e pelos outros que ao menos sabemos existir. Os muros que nos cercam, por alguns instantes, são os lares que naturalizamos nossos. Como não dizer que o meu trajeto não me pertence se eu conheço cada reta, curva e desvio que o forma? O caminho também pode ser seu, mas eu sempre o considerarei mais meu.
O espaço que me rodeia no cotidiano faz parte do mundo o qual eu imagino. As casas que me rodeiam são meus lares, as salas que me cercam meus quartos e os sobrados que eu vejo são os sótãos onde eu escondo os meus segredos mais íntimos. Quando as pessoas que me envolvem perpassam por meu mundo eu as estranho, eu as observo e escolho quem eu deixarei ficar e quem não consegue pertencer ao meu cantinho.
Assim como as leituras pavimentam nossos caminhos de criatividade as estradas e os edifícios que nelas estão colocadas estruturam o mundo o qual nos apropriamos como nosso. O mundo físico e palpável que se projeta como o alicerce enquanto os passantes alimentam a subjetividade e inventividade que ultrapassam os limites do físico.
Os limites que nos são impostos como as ruas com seus meio-fios ou as estradas com suas calçadas podem ser dominadas e modeladas através da apropriação desses caminhos que fazem parte das nossas idas e vindas, dos inícios e fins.

Samara de Souza Lopes
Graduanda de Ciências Socias - UFC 

sábado, 21 de maio de 2011

Blogs de Sociologia Urbana

Olá pessoal!

Compartilhando mais informações sobre ambientes virtuais que possuem temática pertinente a nossa área de pesquisa...

Esse é o Blog da Raquel Olnik.

http://raquelrolnik.wordpress.com/tag/sociologia-urbana/

Raquel é urbanista, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e relatora especial da Organização das Nações Unidas para o direito à moradia adequada.


Esse éo blog do Federico Robert. Federico é presidente da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Buenos Aires- UBA.

http://sociologiaurbana-uba.blogspot.com/

Um bom estudo!

domingo, 15 de maio de 2011

"curta-metragem"- Rastros Urbanos




O presente vídeo faz parte das atividades do Curso sobre Tecnologias Aplicadas à Docência, ofertado pelo Ambiente Solar do Instituto Virtual da UFC.
Dentro deste ambiente escolhemos como temática de trabalho a questão das cidades e das práticas urbanas, desenvolvida em projeto de estudo e pesquisa vinculado ao Departamento de Ciências Sociais.
Fazemos uma avaliação de um mini-curso recém realizado durante a VIII Semana de Humanidades da UFC, entre 03 e 06 de Maio de 2011, e buscamos refletir como novas tecnologias podem facilitar o processo de ensino-aprendizagem e, por sua vez, de construção de novos conhecimentos...
Esta produção conta com a colaboração de Deiziane Aguiar, Bruno Duarte alunos do curso de ciências sociais- noturno.

terça-feira, 12 de abril de 2011







Bruno Duarte

            Começo a escrever esse texto com uma interrogação que me inquietou ao ler o texto de Certeau. Será possível trazer para o campo objetivo, idéias que nos dão a sensação de estarem pairando sobre nossas cabeças?  Escrever seria algo perigoso? Ou como já dizia Clarice Lispector, o mundo não está à tona, pelo contrário, está oculto em suas raízes submersas em profundidade do mar?
            Certeau nos fala sobre a cidade. Uma cidade de concreto, de aço e vidro que se reinventa de hora em hora... Essa cidade a meu ver está logo ali, à minha frente, visível, palpável como um objeto a ser contemplado e passível de toque. Do outro lado está uma cidade invisível, subjacente a anterior, construída pelas significações que os caminhantes dão a ela. Os caminhantes, como diz o autor, são os praticantes ordinários da cidade que escrevem um “texto” urbano e, sequer se dão conta que o fazem, e muito menos se dão o trabalho de lê-lo. Suas práticas entrecruzam-se, formando histórias múltiplas, trajetórias que terminam por não ter um autor, mais vários. Certeau nos dá a ideia de uma realidade, ou melhor, de uma realidade metafórica, digamos “uma realidade inventada”. Pergunto-me, inventada por quem? Pelos múltiplos atores que a tecem, criando um novelo complexo e ao mesmo tempo indivisível.
            Questiono-me como apreender essa realidade que se torna tão escorregadia em nossas mãos? Como, citando Clarice mais uma vez, “Reproduzir o irreproduzível”? Ou como já tentavam os pintores impressionistas, como captar a luz, as cores, os movimentos, uma vez que estes são tão voláteis e alteram-se facilmente?
 Na literatura Clariceana, percebo a autora tentando exprimir através de sua escrita, experiências e sentimentos. Em sua crônica Saudades, Clarice trás à tona em forma de escrita o que ela concebe como tal, ou como ela mesma dizia, nem tudo o que ela escreve resulta numa realização, resulta mais numa tentativa.
 Os pintores impressionistas deixando de lado a forma de pintar realista e naturalista que os antecederam, forma esta que se interessava em fazer um retrato fiel da realidade, ousaram, tentavam agora, ver o quadro como obra em si mesma. A captação da luz e do movimento feita pelas pinceladas soltas do pincel, tornaram-se o principal elemento da pintura. Outro detalhe interessante, é que as telas eram geralmente pintadas ao ar livre para que o pintor pudesse capturar melhor as variações de cores da natureza.
 Ao “trocar figurinha” com uma amiga, ela me disse que podemos encontrar vestígios dessa realidade social, que a meu ver, se apresenta de forma não mais cristalizada, fixa, mas sim, numa dinâmica processual na medida em que os atores a inventam e a reinventam.
            Penso que como os pintores, tentemos captar, mas captar o quê? A realidade? Acredito que não. Até mesmo os filósofos dizem que esta, de forma pura e absoluta, é inalcançável. Antes, ousemos atrair pra si, esse processo de construção do conhecimento, rastros, fios de narrativas, experiências sociais, pegadas deixadas pelos caminhantes, percebendo com atenção os constructos dos atores sobre a sua “realidade inventada”.

            Bruno é graduando em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará - UFC e integra o Grupo de Estudos: Cidades, Experiências, Trajetórias e Narrativas, vinculado ao Depto. de Ciências Sociais da UFC.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Socializando informações

Olá pessoal!!!

Compartilho a seguir alguns sites confiáveis que possuem a temática pertinente ao nosso interesse de pesquisa... eis-los:

http://www.centrodametropole.org.br/

O CEM desenvolve estudos avançados sobre temas relacionados às transformações sociais, econômicas e políticas das metrópoles contemporâneas sobre um novo modelo de organização, com um trabalho de equipes multidisciplinares (adorei essa parte!!!) e a interação das nossas três linhas de ação: pesquisa transferência e difusão. É um grupo vinculado a Universidade de São Paulo -USP.

http://www.labeurb.unicamp.br/rua/pages/home/index.rua

A revista Rua e editada pelo Laboratório de Estudos Urbanos do Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade desde 1995.
O Laboratório de Estudos Urbanos (Labeurb) - núcleo de pesquisa multidisciplinar, centro de extensão e produção cultural - foi criado em 1992 e é um centro de referência quanto aos estudos da cidade, analisada da perspectiva da linguagem, através de estudos e pesquisas discursivas que relacionam o sujeito, a linguagem e a história. Esse laboratório é vinculado a Universidade de Campinas - UNICAMP.

http://www.n-a-u.org/

O NAU, Núcleo de Antropologia Urbana, formado em 1988 no Departamento de Antropologia da FFLCH/USP, é um grupo de pesquisa e de discussões teórico-metodológicas sobre a dinâmica da cidade, as formas de sociabilidade que propicia e as instituições e equipamentos urbanos, próprios das sociedades contemporâneas, que abriga. Núcleo de estudos vinculado a Universidade de São Paulo - USP.

Inicialmente é isso... Espero que gostem e aproveitem, pois o conteúdo é excelente!

Bom estudo!

quinta-feira, 31 de março de 2011







 Samara de Souza Lopes

Quando Michel de Certeau coloca-se no topo do Word Trade Center automaticamente me veio o pensamento de quem ao invés do topo está embaixo, aos pés do monumento rodeado por outros grandes e imponentes edifícios como se fosse ser engolido por eles. Quando você está em um arranha céu você se sente poderoso, sua mente se abre para infinitas possibilidades como se o mundo estivesse literalmente abaixo de seus pés. Mas quando você está em baixo e olha para o alto a primeira sensação é de desequilíbrio, tontura e confusão. Não sentimos o chão firme e é como se você não pertencesse aquele mundo, mas fosse dominado por ele.
 Fechamos os olhos e tentamos encontrar nosso lugar em meio a essa onda de cinza, preto e branco que tingi as grandes cidades. Respiramos profundamente e olhamos o horizonte, mas ao fazer isso vemos uma multidão de viajantes e nos vemos sendo novamente engolidos por uma onda de transeuntes, vidas e pensamentos que se chocam por segundos em um mesmo instante sem perceberem que são peças de um enorme quebra-cabeça urbano.
Enquanto caminhamos por becos e vielas nós entramos e saímos de pequenas cidades dentro desse complexo maior que é a metrópole. Encontramos entre essas vielas cidades interioranas onde o ar não é visto, mas sentido. Desbravamos pequenas florestas que mais parecem Oasis em meio à fumaça, buzina e a opacidade das cores. Encontramos em cada pessoa um pedaço do mundo, um pedaço de diferentes culturas que vão criando a colcha de retalhos que nos molda.
Podemos nos sentir livres para ir e vir, descobrir e redescobrir cenários e pessoas em meio aos cumes e montanhas de pedra, areia e cimento que nos rodeia. Contudo podemos nos sentir aprisionados, criminosos condenados por sermos curiosos e termos transgredido os limites do concreto imposto a nós por nós. Enclausurados em cubículos milimetricamente projetados, sem janelas e rodeados por paredes brancas que delimitam nossa liberdade. O contato com o outro restrito a voz que sai de máquinas frias e sem vida. Ficamos em um lugar de objetividade onde nossa subjetividade é restrita e controlada sem ao menos percebermos.
Em meio a cercados de ferro, aço e tijolo tentamos expandir nossas mentes, expandir nosso espaço de interação conosco e com o outro. Procuramos o singular no plural, o diferente no cotidiano, o ousado no comum. Sofremos constantes diásporas. Procuras pelo Eu na floresta de concreto em que vivemos. As noites outrora iluminadas pela luz das estrelas agora iluminada por luzes de neon com diferentes cores que nos guiam em nossa caminha pelo lago negro das estradas.
Como diz Certeau estamos presos na contradição entre delimitação e mobilidade. Os limites quebrados por nossas caminhadas e pela lembrança de onde passamos e de quem conhecemos apesar de toda a delimitação que nos é imposta. Em cada prédio o simbolismo do que queremos ser combinado com o espaço que queremos dominar.
Construindo passarelas para realizarmos a mediação entre nós e a floresta de pedra, nós e os andarilhos, entre nós e as fronteiras. Como diz Stuart Hall estamos em place de passage presos em uma oposição entre o dentro e o fora. Somos seres híbridos vivendo em um lugar repleto de ambiguidades cujas trajetórias se cruzam.

Samara é graduanda em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará - UFC e integra o Grupo de estudos: Cidades, experiências, trajetórias e narrativas, vinculado ao Depto. de Ciências Sociais da UFC.


domingo, 20 de março de 2011


Para pensar as cidades na contemporaneidade é preciso percebê-las para além de sua estrutura urbanística ou a crise de seus projetos civilizatórios, e observá-las em suas geografias cotidianas, acompanhar as narrativas que a fazem silenciosamente nas diferentes formas de experimentá-la.
Rastros Urbanos é um grupo de estudos voltando para pensar as práticas urbanas, não apenas voltando-se para o planejamento das cidades ou de suas crises, mas o que faz com que a cidade seja uma invenção constante: as trajetórias, as experiências daqueles que dela fazem parte. Nosso grupo vincula-se a linha de pesquisa: Experiências na cidade: Trajetórias, Encontros, Narrativas, e é desenvolvida na Universidade Estadual de Campinas e na Universidade Federal do Ceará. A mesma faz parte do Diretório do CNPq: Trajetória, narrativa, experiência e suas formas de expressão. Propomos assim, partindo da perspectiva dos que habitam a cidade e de combinações conceituais (experiência, trajetórias, encontros, narrativas) desenvolver pesquisas que explorem metodologias e teorias sobre o urbano e a cidade.

http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/detalhepesq.jsp?pesq=0296938001965033

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