sexta-feira, 9 de dezembro de 2011


Enquanto alguns estão no caminho para o retorno ao lar outros estão indo ao encontro do “pão” que os alimenta. Nas idas e vindas nas estradas da cidade às histórias são contadas e recontadas por nós e pelos outros que ao menos sabemos existir. Os muros que nos cercam, por alguns instantes, são os lares que naturalizamos nossos. Como não dizer que o meu trajeto não me pertence se eu conheço cada reta, curva e desvio que o forma? O caminho também pode ser seu, mas eu sempre o considerarei mais meu.
O espaço que me rodeia no cotidiano faz parte do mundo o qual eu imagino. As casas que me rodeiam são meus lares, as salas que me cercam meus quartos e os sobrados que eu vejo são os sótãos onde eu escondo os meus segredos mais íntimos. Quando as pessoas que me envolvem perpassam por meu mundo eu as estranho, eu as observo e escolho quem eu deixarei ficar e quem não consegue pertencer ao meu cantinho.
Assim como as leituras pavimentam nossos caminhos de criatividade as estradas e os edifícios que nelas estão colocadas estruturam o mundo o qual nos apropriamos como nosso. O mundo físico e palpável que se projeta como o alicerce enquanto os passantes alimentam a subjetividade e inventividade que ultrapassam os limites do físico.
Os limites que nos são impostos como as ruas com seus meio-fios ou as estradas com suas calçadas podem ser dominadas e modeladas através da apropriação desses caminhos que fazem parte das nossas idas e vindas, dos inícios e fins.

Samara de Souza Lopes
Graduanda de Ciências Socias - UFC