terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Maravilhosa


*Maravilhosa


A cidade não pará, cresce, não dorme. Movimento, agita-se nas pulsações. Noites e noites insone, alegria... Grande, imensidão profunda, fumaça e táxis. Assim olhei o Rio: a cidade maravilhosa. Matizes por todos os cantos, luzes que não se apagam. Passantes, transeuntes e trajetórias tão múltiplas. Espaços abertos e árvores imponentes. Vias, estradas e curvas. Cadê o caos do trânsito: a “blasfêmia transitar” de veículos? Não vejo! É New York? Não, é Rio, é Brasil também. Quimera de sonhos, desejos e movimento (s).
Pessoas na rua a qualquer tempo, a qualquer hora. Mendigos, moradores de rua dormem isolados, é nas calçadas, é nas praças, como que guardados, protegidos pelos bustos históricos e abraçados pelo Cristo Redentor.
Sentir-se dentro, centro e fora. Eu era o “outro” nessa viajem. A estrangeira. Perdida, atenta, imóvel e apaixonada pelo bonito, pelo feio-belo, pela grandeza. Tão estética aquela cidade. Linda e maravilhosa.


* Autora: Deiziane Aguiar, graduanda em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará -UFC. Integra o Grupo Rastros Urbanos.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Chamava, chamava e nada





*Chamava, chamava e nada

Tinha tudo para ser uma experiência ruim.
Chamar, chamar e nada. Isso é como chamar o nada?
Como é chamar o nada? É correr atrás do vento?
No entanto, foi no poder das palavras e, nas sensações que elas lhe causam, que o menino tranfigurou-se em puro riso e alegria! (sorrisos)
Chamar nada. Nada é como nad(ar), nadar é como se estar em água, estar em água é envolver-se pela força lenta e fluida que a água possui.
O menino descobriu que procurar na água é melhor do que chamar o nada.
Água lava, revigora, limpa. Haverá sempre o sair, o caminhar, o respirar fora de. Há volta? Talvez.



*Autor: Bruno Duarte, graduando em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará - UFC. Integra o Grupo de Estudos e Pesquisas Rastros Urbanos. 

O Chamado


*O Chamado

...e não era o entregador de pizza.
Também não era a farmácia.
Nem mesmo a vizinha pedindo uma xícara de qualquer coisa
(enquanto espreita-me o interior...)
Tampouco era o síndico
justificando a nova tarifa.
Abri a porta ao ouvir um chamado
sufocado e distante,
e dei de cara comigo mesmo:
um corredor
vazio


* Autora do Poema: Germana Lima, graduanda em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará -UFC. Germana, integra o Grupo de Estudos e Pesquisas Rastros Urbanos.

sábado, 14 de janeiro de 2012

O Menino Que Carregava Água Na Peneira - Manoel de Barros


Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino
que carregava água na peneira.

A mãe disse que carregar água na peneira
era o mesmo que roubar um vento e sair
correndo com ele para mostrar aos irmãos.

A mãe disse que era o mesmo que
catar espinhos na água
O mesmo que criar peixes no bolso.

O menino era ligado em despropósitos.
      Quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos.
A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio
do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores
e até infinitos.

Com o tempo aquele menino
que era cismado e esquisito
porque gostava de carregar água na peneira

Com o tempo descobriu que escrever seria
o mesmo que carregar água na peneira.

No escrever o menino viu
que era capaz de ser
noviça, monge ou mendigo
ao mesmo tempo.

O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.

Foi capaz de interromper o vôo de um pássaro
botando ponto final na frase.

Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.

O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor!
A mãe reparava o menino com ternura.

A mãe falou:
Meu filho você vai ser poeta.
Você vai carregar água na peneira a vida toda.

Você vai encher os
vazios com as suas
peraltagens
e algumas pessoas
vão te amar por seus
despropósitos.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

I Congresso Internacional de Cultura Lusófona Contemporânea Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Portalegre (Portugal) 11 e 12 de junho de 2012 A Mulher na Literatura e Outras Artes

Subordinado ao tema A Mulher na Literatura e Outras Artes, o I Congresso Internacional de Cultura Lusófona Contemporânea, promovido pela Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Portalegre, pretende instituir-se como um espaço de discussão e reflexão em torno das questões de género nas literaturas de expressão portuguesa contemporâneas, nomeadamente no que à autoria e às representações literárias do feminino diz respeito. Convocando diferentes olhares e diferentes perspetivas teóricas, metodológicas e culturais, o Congresso permitirá, como se deseja, partilhar experiências de leitura e resultados de investigação nas áreas que lhe estão correlacionadas, dando a conhecer textos e autores contemporâneos de língua oficial portuguesa que concedem o protagonismo e dão voz a diversas figurações do feminino. Permitirá, igualmente, identificar semelhanças e dissonâncias nas formas como essas representações da figura feminina se concretizam no interior dos textos, e assim retirar ilações de âmbito mais geral. 
O Congresso terá lugar nos dias 11 e 12 de junho de 2012, encontrando-se oficialmente aberto o período para submissão de propostas de comunicação num dos seguintes subtemas:
1. Literatura e autoria feminina: vozes, percursos e modos de ver o mundo
2. Texto, género e linguagem: as potenciais marcas do feminino
3. Modalidades de escrita no feminino: diários ficcionais e narrativas epistolares
4. Representações da mulher na literatura de autoria masculina ou feminina: a (des)construção do estereótipo
5. Sujeitos textuais e construção da identidade feminina: auto-perceção e (in)aceitação de si; corpo: totalidade e fragmentação
6. Identidade feminina e alteridade: a poética do (des)encontro
7. Representações da mulher no Cinema e outras Artes: a (re)configuração do cânone e da identidade
A Comissão Organizadora informa que os resumos de eventuais comunicações deverão ser enviados por correio eletrónico até ao dia 12 de março de 2012 para o seguinte endereço:                                             
 
A notificação de aceitação será feita até ao dia 16 de abril de 2012.
Os textos integrais deverão ser enviados até dia 14 de maio de 2012.
Comissão Organizadora: Área Científica de Língua e Literatura Portuguesas da ESEP
Coordenação: Luís Miguel Cardoso e Teresa Mendes
Comissão Científica: Luís Miguel Cardoso, Teresa Mendes, Carlos Afonso (IPP/ESEP) e Fernando Fiorese (Universidade Federal de Juiz de Fora - Brasil)

SECRETARIA DE ACESSIBILIDADE UFC INCLUI

http://www.ufc.br/portal/index.php?option=com_content&task=view&id=10726&Itemid=71


parabóla dos cegos.....Peter
Bruegel  (1530-1569) 
http://www.crfaster.com.br/Pintura.htm



Secretaria de Acessibilidade UFC Inclui
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SECRETARIA DE ACESSIBILIDADE UFC INCLUI


Diretora: Profa. Vanda Magalhães Leitão

Endereço: Av. da Universidade, 2683 - Bloco 4 - Área 1 - Centro de Humanidades
(Prédio da Biblioteca de Ciências Humanas)
Fone: (85) 3366 7660 / 3366 7681
Email: ufcinclui@ufc.br

ATRIBUIÇÕES
  • Elaborar, executar e gerenciar ações e pesquisas realizadas na área de acessibilidade.
  • Dar suporte às unidades acadêmicas e aos órgão administrativos da UFC, sobre as necessidades físico-arquitetônicas, pedagógicas e atitudinais.
  • Promover discussões, debates, palestras, seminários, oficinas de trabalho e ciclo de estudos sobre o tema.