Amanda Andrade Lima, Cristina Maria da Silva
Resumo
Ler fotografias é buscar nos rastros que elas trazem as
potencialidades narrativas que propiciam uma experiência antropológica.
Assim, através desses rastros, buscamos vestígios em álbuns fotográficos
de famílias que sejam capazes de narrar uma biografia de Fortaleza-CE,
baseada nos laços de sociabilidade e interação com a cidade que essas
famílias têm. Desta maneira, pretende-se ampliar o conhecimento que se
tem da cidade de Fortaleza-CE, ao considerar as narrativas, as
experiências, subjetividades e memórias que as fotografias evocam,
tornando possível rabiscar uma fisionomia ou mesmo biografia tanto dos
bairros quanto da cidade. Nesta experiência nos ancoramos nos estudos de
Etienne Samain, Jeanne Marie Gagnebin, Georges Didi-Huberman, Carlo
Ginzburg, Ecléa Bosi e Fabiana Bruno para nortear na leitura das
fotografias e na experiência antropológica de escrever sobre os rastros e
os restos. Na tentativa de construir uma paisagem fotográfica da cidade
tivemos uma primeira experiência que se tratou de uma oficina de
fotobiografia entre os integrantes dos Grupo de Estudos e Pesquisas
Rastros Urbanos. Em seguida, as vivências ocorreram junto a moradores do
bairro Poço da Draga, que dividiram suas memórias conosco através de
seus álbuns de fotografia, mesclando fotografias, relatos, narrativas e
afetos ao percorrer os registros pessoais. Como culminância deste
momento tivemos o aniversário de 111 anos do Poço da Draga, em que
realizamos uma exposição intitulada “Habitar é deixar rastros”, com as
fotografias dos acervos pessoais dos moradores, onde o bairro aparece em
diversas temporalidades, sugerindo assim, por meio das fotografias, as
marcas que os habitantes deixam na cidade e os rastros da cidade na
trajetórias desses habitantes.
Que ótimo você ter postado aqui Amanda Lima! Sua participação esse ano como bolsista de extensão nesse projeto foi imprescindível, por sua responsabilidade, delicadeza e criatividade. Vida longa aos nossos encontros!!!
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