terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Projeto de Extensão - Fotobiografias: A Fortaleza que se encontra em acervos fotográficos pessoais

            Durante o ano de 2017 o Grupo de Estudos e Pesquisas Rastros Urbanos esteve focado, a partir do seu Projeto de Extensão "Fotobiografias: A Fortaleza que se encontra em acervos fotográficos pessoais", em conhecer os álbuns fotográficos de habitantes de Fortaleza - Ceará para, assim, ter acesso a outras narrativas sobre a cidade que não as oficiais.

           Compreendemos, a partir de Fabiana Bruno, que as imagens carregam em si um potencial narrativo e que, portanto, é preciso aprender a ler as imagens. O que as fotografias sussurram, contam, gritam? O que as fotografias pensam, enunciam, narram, e que não está na ordem do escrito? Se quisermos saber precisamos de tempo para ouvi-las e de silêncio para entendê-las...

            Assim, ao longo do ano visitamos moradores da Comunidade Poço da Draga e tivemos acesso às suas fotografias de álbuns pessoais, fizemos visitas guiadas pelo morador e Geógrafo Sérgio Rocha ao longo das ruas do Poço, construímos a Exposição Fotográfica "Habitar é deixar rastros...", que se deu a partir das imagens de acervos pessoais dos moradores e fomos aos Saraus organizados pelas moradoras da comunidade.


           
Visita à uma moradora do Poço da Draga em Maio de 2017 


            Ao ouvir os relatos que as fotografias apresentadas pelos moradores suscitavam pudemos compreender um pouco mais da história de Fortaleza, história essa que não se encontra escrita nos arquivos oficiais, uma vez que é construída e feita no cotidiano dos moradores. Sua vivências, hábitos, afetos e subjetividades em relação à cidade apareciam  à medida que contavam sobre suas vidas, amparados nas memórias que as imagens lançavam. As fotografias faziam enunciar sobre a falta de saneamento básico no Poço da Draga, sobre os problemas que giram em torno da construção do Acquario, sobre as sociabilidades na comunidade e religião. Mas as fotografias também foram responsáveis pelo silêncio que atravessa o instante quando as memórias invadem o pensamento.
           
            Assim, as imagens agiram como impulsionadoras de narrativas e depoimentos dos interlocutores, revelaram experiências, apropriações, trajetos e tensões, tornando possível a construção de uma paisagem fotográfica de Fortaleza.


Amanda Andrade Lima
Graduanda em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará
Bolsista do Grupo de Estudo e Pesquisa Rastros Urbanos





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